Jogo da Inglaterra. E a primeira imagem que me vem à cabeça é um jogo no Winning Eleven.
Sim, a Inglaterra é uma seleção que retrata a sua própria realidade em campo. Assim como o Brasil é o país do improviso, a Inglaterra é o alter ego: a seleção onde tudo funciona feito o Big Ben.
O time joga no mais tradicional esquema de jogo: 4-4-2.
Esquema que, por sinal, é o esquema padrão para todos os times do WE.
Jogam em linha fixa de 4 quatro (2 zagueiros e 2 laterais), 4 meio campistas e 2 atacantes.
Na zaga, destaca-se o Terry, bom zagueiro, forte e rápido. Ao seu lado joga o King, zagueiro grande, ótimo nas bolas altas, mas muito pesado. Só está ali porque o Ferdinand se mahucou às vésperas da Copa e porque o Capello não gosta do Carragher.
Nas laterais, Ashley Cole (bom no apoio e razoável na marcação) e o Glen Johnson, que mais parece um zagueiro improvisado na lateral direita.
No meio é o que o time realmente parece time de video game. Jogam o Gerard e o Lampard, lado a lado.
Ambos não são volantes. Volante, pra mim, é o Mascherano, o Gilberto Silva, jogadores que se limitam à marcação e a dar passes laterais.
Tampouco são meias, como o Donovan, ou o Kaká.
Qual seria a posição deles então?
Me parece que os dois são verdadeiros "center midfielders".
Aliás, no WE, ambos são "CM´s". Não marcam como volantes, não atacam como meias, mas cumprem as duas funções com maestria. Por isso é que você vê, ao longo do jogo, o Gerard fazendo um gol numa jogada rápida, e, logo depois, colocando uma bola pra escanteio.
É impressionante como os dois se assemelham em características. Se fossem jogadores de WE, teriam características vitais, como: velocidade, aceleração, marcação, passe e finalização muitíssimo semelhantes. Tanto é assim que, durante o jogo, se alternam nas saídas de jogo, na marcação, e até mesmo nas bolas paradas.
(A propósito, se eu fosse contratar um dos dois, ficaria, sem dúvida, com o Gerrard).
Os dois meias da Inglaterra (Lennon e Millner), de fato, não são meias.
São sim jogadores de uma posição muito utilizada no WE, qual seja, os "wingers".
Estes são jogadores que não possuem a criatividade dos meias, atuando bem abertos pelas laterais ofensivas do campo e que se aproveitam principalmente da velocidade para criar jogadas pelos flancos do campo. Assim como a dupla de meios centrais, se um vai, o outro fica. Faz parte da engrenagem. O Lennon é ótimo. O Millner, nem tanto.
No ataque, dois atacantes que, ao meu ver, não "dão liga". Não dá pra entender o que o Capello pretende, em 2010, com a escalação do Heskey. Desde o WE 2 (2005) o Heskey não joga nada. E, por ser um atacante pesado, centralizado e de pouca movimentação, ele acaba atrapalhando o jogo da estrela da companhia, que é o Rooney.
Vale lembrar que no Manchester, o Rooney passou a render muito mais quando o Fergusson resolveu tirar o Berbatov (que jog 100 vezes mais que o Heskey) e deixar o Rooney jogando solto. Por ser um cara inteligente, de muita força e movimentação, o Rooney merece que o time "flutue" em torno dele. E pode estar certo de que, se assim for, ele vai dar conta do recado.
Em suma, é um ótimo time, com jogadores de excelente nivel técnico e um sistema defensivo bastante confiável. No entanto, o repertório de jogadas ofensivas é bem restrito, já que a grande maioria das jogadas passa, invariavelmente, pelas pontas.
Se eu fosse o Capello: Tiraria o pouco efetivo Heskey e colocaria o rápido Defoe (que além de estar em ótima fase, poderia abrir espaços pro Rooney). O King também não tem condição de ser titular, especialmente quando vemos o Carragher no banco. E também tiraria o Millner (fraquíssimo) e colocaria o ótimo Joe Cole (que é muito mais "atack midfielder" do que "winger").
É isso aí!
